
O Centro Católico de Cultura da Diocese de Vila Real saúda cordialmente todos os visitantes. Estamos ao serviço da Igreja em ordem à formação permanente dos cristãos. Além de divulgarmos as iniciativas que vamos tomando para a evangelização e aprofundamento da fé, estaremos atentos às notícias e expressões culturais do tempo em que vivemos, procurando promover um verdadeiro e frutuoso diálogo entre a fé e a cultura. Boa visita. O responsável, Padre Manuel da Silva Coutinho
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
MENSAGEM DE BOAS FESTAS DE NATAL À DIOCESE
Caros Diocesanos, que acreditais no Filho de Deus, desejo-vos
Feliz Natal do Senhor e um Ano Novo cheio de bênçãos, peço que sejais fiéis a
Cristo, eviteis o fermento pagão que troca a fé cristã por ídolos e bugigangas,
caindo no hedonismo, na indiferença e no eclipse de Deus, como cidadãos dum mundo
cruel, sem esperança e desorientado.
1.-No Ano da Fé exorto-vos
a reconhecer as razões de crer na Encarnação, que revela o mistério de Deus Uno
e Trino e “Jesus Cristo, Filho Unigénito
de Deus, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo e nasceu
da Virgem Maria”. Um hino conta
assim o Natal de Jesus: “do seio da
Virgem Maria nasceu a divina graça, o Verbo entrou e saiu, por ela, como o sol,
pela vidraça”. Natal e Páscoa celebram o início e a novidade do Filho de
Deus, feito homem, morto e ressuscitado, o qual, na Páscoa, pelo poder do Pai e
do seu Espírito, glorificou a humanidade assumida, no seio virginal de Maria, pelo
poder do Espírito Santo. Celebremos o mistério do Filho feito carne, sendo mais
solidários, respeitadores e amigos dos outros e patrocinadores do bem comum.
2.- Há que fugir do Natal pagão, frustrante e sem coração, obra
do eclipse de Deus, da indiferença, relativismo e secularismo que reduzem a fé à
esfera privada, trocando-a pelo hedonismo, sem ascese, simplicidade, amor e solidariedade.
Não reduzir o Natal a futilidades, dominados por intuitos de expulsar Deus do mundo
e corroer a fé cristã na Encarnação do Filho de Deus. Há que dar ao Menino Deus
o lugar que Lhe pertence, para Ele nos seduzir e guiar na prática das obras de
misericórdia, na solidariedade e promoção do bem comum e no respeito das pessoas,
por causa dais quais o Filho de Deus nasceu, se fez homem, passou pela terra
fazendo o bem, morreu e ressuscitou.
Impregnados do espírito do mundo, da vil comercialização de
sentimentos e atitudes e do paganismo desenfreado, os cristãos, inconscientes, vão
a reboque e toque de caixa, como rebanho de encolhidos, indiferentes e complacentes,
manobrados, pela opinião pública dominante, voltando as costas à verdade e
grandeza do Evangelho, enterrando a luz de Cristo, envergonhando-se d’Ele,
dando razão ao que já Freud dizia: “os
cristãos são um rebanho de mal baptizados, que vivem e praticam um politeísmo
bárbaro”.
3.- Na grave situação económica e na crise de valores transcendentes,
há que apostar no conhecimento e trabalho em rede, cientes do que celebramos e da
missão do Filho de Deus que encarnou, se fez um de nós, procurando dar razão da
esperança que d’Ele provém e para Ele se dirige, neste mundo desumano,
desorientado, triste e sem alma.
É tempo de apostar na moderação, escolha e sequela do
essencial, na ajuda mútua e abertura ao próximo, na procura do bem comum, na
apreciação dos valores perenes da verdade, justiça, liberdade, respeito mútuo e
solidariedade humana. Há que abrir os olhos, ver o próximo, com coração, acabar
com a injustiça e socorrer os necessitados.
4. – Natal e Páscoa são festas do Senhor e centros dos ciclos
litúrgicos da Encarnação e Redenção. Ressurreição e Nascimento Virginal, pelo
poder do Espírito Santo, são duas novidades inefáveis do Filho de Deus que, na
Encarnação, no seio virginal de Maria, assume a nossa humanidade e na Ressurreição
a glorifica e entroniza à direita do Pai. O Natal e a Páscoa devem converter-se
em pulmões que nutrem a piedade, alimentam a
esperança e a caridade e são a razão de ser do nosso íntimo viver e crer
em Cristo.
A Igreja celebra o Natal de Jesus, exorta à conversão e alegria
de servir, dando a vida, como o Senhor da Vida e Filho de Deus o fez, ao
nascer, morrer e ressuscitar, por nós. A mensagem de paz e alegria dos Anjos
aos Pastores é Palavra à espera de ser ouvida, assimilada e vivida, para produzir frutos de boas obras.
Com ardentes e fervorosos votos, na alegria de Deus Menino e
da Virgem Imaculada que O deu à luz, Vos saúda e Vos deseja um Feliz Natal o
Vosso amigo e irmão bispo.
Vila Real, Festa da Imaculada Mãe do Filho de Deus, 8 de
Dezembro de 2012
+ Amândio José Tomás, bispo de Vila Real.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
CREIO EM JESUS CRISTO, FILHO DE DEUS
O Símbolo dos Apóstolos, depois
de proclamar a fé da Igreja em Deus Pai e Criador, continua expressando a mesma
fé “em Jesus Cristo, seu único
Filho, nosso Senhor”. Tanto nesta versão do Credo como no Símbolo
de Niceia-Constantinopla, a
parte que se refere ao Filho é a mais longa. Nela são repassados os mistérios
da incarnação de Jesus Cristo (que foi concebido pelo poder do Espírito
Santo; nasceu da Virgem Maria), da sua acção
salvadora e redentora (padeceu sob Pôncio
Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos;
ressuscitou ao terceiro dia) e da sua glorificação
e poder de julgar (subiu aos Céus;
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há-de vir a julgar os
vivos e os mortos).
Estes mistérios
da vida de Cristo e da sua acção em favor da humanidade são celebrados ao longo
de todo o ano, mas podemos também situá-los nos principais tempos e festas
litúrgicas: a incarnação, no Natal;
a acção salvadora e redentora, no
Tríduo Pascal; a glorificação e poder de
julgar, na Ascensão e também na solenidade de Cristo Rei.
Em
pleno Ano da Fé, neste tempo do Advento que nos conduz ao Natal, somos
convidados a aprofundar de modo especial o mistério da incarnação do filho de Deus: quem é Jesus Cristo, porque é que Ele
se fez homem, que veio fazer a este mundo, o que significa a palavra incarnação (ou encarnação)? O Catecismo da Igreja Católica (CIC) responde:
«Dado pelo Anjo no momento da Anunciação, o nome “Jesus” significa “Deus salva”.
Exprime a sua identidade e a sua missão, “porque é Ele que salvará o seu povo
dos seus pecados” (Mt 1,21). Pedro afirma que “não existe debaixo do céu
outro Nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos” (Act 4,12)»
(Compêndio do CIC, n.º 81).
«“Cristo” em grego, “Messias”
em hebraico, significa “ungido”. Jesus é o Cristo porque é consagrado por Deus,
ungido pelo Espírito Santo para a missão redentora. Ele é o Messias esperado
por Israel, enviado ao mundo pelo Pai. Jesus aceitou o título de Messias, precisando
porém o seu sentido: “descido do céu” (Jo 3,13), crucificado e depois
ressuscitado, Ele é o Servo Sofredor “que dá a sua vida em resgate pela
multidão” (Mt 20,28). Do nome Cristo é que veio para nós o nome de cristãos»
(Compêndio do CIC, n.º 82).
«O Verbo fez-Se carne para
nos salvar, reconciliando-nos com Deus» (CIC, n.º 457); «O Verbo fez-Se carne,
para que assim conhecêssemos o amor de Deus» (n.º 458); «O Verbo fez-Se carne, para ser o
nosso modelo de santidade» (n.º
459); O Verbo fez-Se carne, para nos tornar «participantes da
natureza divina» (n.º 460) (cf.
Compêndio do CIC, n.º 85).
«A Igreja chama ‘Encarnação’ ao mistério da admirável união da natureza
divina e da natureza humana na única Pessoa divina do Verbo. Para realizar a
nossa salvação, o Filho de Deus fez-se ‘carne’ (Jo 1,14) tornando-se
verdadeiramente homem. A fé na Encarnação é o sinal distintivo da fé cristã»
(Compêndio do CIC, nº 86; cf. CIC, n.º 461).
Neste tempo, reflectimos
também sobre o significado da sua primeira
vinda e da segunda, a que chamamos Parusia,
em que Ele virá com toda a sua glória julgar os vivos e os mortos. A este
propósito, convido os leitores a ler (ou a reler) as reflecções sobre o Advento
publicadas no blogue DUC IN ALTUM (http://maranus2005.blogs.sapo.pt/),
uma que tem por título O Advento
convida-nos à esperança (6 de Dezembro de 2009) e a outra com o título As três vindas de Cristo (22 de Dezembro
de 2009).
Na solenidade do Natal,
na Missa do Dia, escutaremos, não a narração do nascimento de Jesus conforme
vem relatado nos Evangelhos de São Mateus e de São Lucas, mas o belíssimo
prólogo do Evangelho de são João (Jo 1, 1-18), que numa linguagem profundamente
teológica, nos diz quem é este Jesus Cristo que nós adoramos como Filho de
Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Procuremos escutar com atenção
esse texto, meditando bem nas suas palavras. Será uma das melhores formas de
vivermos e celebrarmos o mistério do Natal do Senhor.
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