sexta-feira, 11 de abril de 2014

MENSAGEM DE PÁSCOA DO SENHOR BISPO DE VILA REAL


A Páscoa da ressurreição e da vida bem-aventurada, com Cristo, em Deus.

Caros Diocesanos, Irmão e Irmãs, em Cristo. Feliz Páscoa! Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem ressuscitou, venceu e salvou-nos do pecado e da morte. Ele é a fonte da vida eterna e bem-aventurada. “A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se pedra angular. Foi obra do Senhor, é um prodígio aos nossos olhos. Este é o dia da vitória que o Senhor fez, exultemos e alegremos nele! Aleluia! Aleluia! “ (Sl. 117 (118), 22-24).
A Páscoa celebra a nova criação humana, com Cristo, em Deus. Os Judeus evocam a  passagem de Jahvé, que salva os Israelitas, no Egipto. Os cristãos celebram o Mistério Pascal de Cristo, a nova vida dada aos que crêem na esperança e bem-aventurança de Deus, que ressuscitou e entronizou a humanidade de Jesus, no seio da Trindade e nos dá a alegria, a novidade de vida, a esperança e a síntese e fonte do mistério: a vida humana entronizada, em Deus, o homem iluminado e salvo, por Cristo, que morreu e ressuscitou por nós, e foi assumido, como Filho, na glória de Deus.

1.- Jesus, o Filho Unigénito, nascido do Pai, antes de todos os séculos, fez-se homem, desceu dos céus e veio do Pai, para, pelo mistério da Sua Páscoa, voltar ao Pai, donde viera, levando consigo a humanidade, que assumiu, no seio da Virgem Santíssima. O Quarto Evangelho fala muito da vinda e regresso do Filho ao Pai, sobretudo, na secção do discurso de despedida ou testamento espiritual (capítulos 13 a 17), que abre, com a acção simbólica do Lava-Pés, e, com solenidade inaudita, fala do regresso de Jesus ao Pai e do amor de Jesus aos seus, até ao extremo: “antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegava a hora de passar deste mundo ao Pai, depois de ter amado os seus que estavam no mundo amou-os até ao extremo” (Jo 13,1).

2. - A vida terrena de Jesus é vinda do Pai e regresso ao Pai. A vida de Jesus é Páscoa ou passagem, pelo mundo, vindo de Deus, para voltar a Deus, na Sua humanidade. A vinda da Encarnação Redentora culmina na entronização da humanidade assumida em Deus, no Tríduo Pascal, em que se celebra e realiza o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição gloriosa de Jesus, que após a Sua Encarnação e Morte entrou na glória de Deus Pai. A ressurreição de Cristo é a obra de Deus, por excelência, que ressuscita Jesus, o Filho, feito carne, elevado, na Sua humanidade, à glória e bem-aventurança de Deus. Pela ressurreição, Jesus triunfou da morte e dá-nos a vida eterna e gloriosa, com a promessa da nossa própria ressurreição, com Cristo, em Deus.

3.- A Páscoa Israelita era festa nómada, de família, muito antiga e vivida e celebrada, de noite, na lua cheia do equinóxio da primavera, no dia 14 do antigo mês de abib, ou das espigas, chamado nisan, após o exílio. Os pastores nómadas ofereciam a Deus um cordeiro ou cabrito, nascido nesse ano (Ex. 12,3-6). Era oferecido e comido à pressa, de passagem (Ex.12,8-12), sem lhe quebrar os ossos (Ex.12,46; Num. 9,12), utilizando o sangue do cordeiro para marcar as casas dos Israelitas, preservando-os do castigo infligido aos Egípcios. A origem da festa nómada e doméstica encontra eco no sacrifício que os Israelitas queriam oferecer a Deus, no deserto, pedindo ao Faraó para os deixar sair do Egipto (Ex. 3,18; 5, 1 ss). A Páscoa era festa nómada e pastoril da Primavera. Ela encontrou expressão histórica, concreta e visível, como experiência de libertação, no evento do Êxodo, na Páscoa de Israel, isto é, no Deus único, santo, vivo e omnipotente, que fez maravilhas, em prol do Povo. Entre as intervenções salvíficas de Deus, conta-se a décima praga da morte dos primogénitos (Ex 11,5; 12, 12.29s), evento a que se ligou a oferta dos primogénitos do rebanho e o resgate dos recém-nascidos.
A Páscoa, após a libertação do Egipto, é memorial do Êxodo, o evento central do Povo eleito e recorda Deus, que livrou Israel e o poupou dos males, vindos sobre os Egípcios. A festa da Páscoa, a peregrinação a Jerusalém e as celebrações do templo, em época tardia, suplantaram a festa doméstica, nómada e pastoril da primavera.

4. – O Povo sedentarizou-se. A festa dos Ázimos uniu-se à festa da Páscoa e à imolação do cordeiro (Ex 12,15-20). Jesus, o Cordeiro de Deus, que se ofereceu por nós, celebra a Páscoa, com os discípulos, e institui a Eucaristia, segundo os Sinópticos e Paulo. O Quarto Evangelho fala do Cordeiro Pascal, imolado, no Templo, na hora em que Cristo morreu, como vítima pascal e Cordeiro imolado (Jo.18,28; 19, 14.31.42), que tira os pecados do mundo, como o Baptista O indica a Israel (Jo.1, 29.36) e Paulo e a teologia cristã no-lo apresentam, como: “Cristo nossa Páscoa que foi imolado.
O Mistério Pascal revela-se, na morte e no encontro, com o Senhor glorioso, que vem para plasmar, fazer frutificar e alegrar os crentes, no Ressuscitado. A Páscoa de Jesus prepara a nossa Páscoa celeste, o encontro definitivo, com Deus e Jesus Ressuscitado. Ele é Cordeiro imolado e vitorioso que o Apocalipse mostra de pé trespassado. É Jesus ressuscitado, que, com os olhos da fé, vemos e, com a boca, cremos e confessamos, como Deus e Senhor, segundo S. João: “contemplarão e reconhecerão o trespassado”.

5. – A vida de Jesus e os eventos da paixão e morte, credenciados, por Deus, ao intervir e ressuscitar o Seu Filho, mudaram o mundo e a mente dos discípulos e prepararam as testemunhas oculares dos acontecimentos pascais, para a missão do anúncio da Boa Nova da salvação. Tudo assenta no mistério da Vinda do Filho de Deus, na Sua morte redentora, entregue, por amor, que Deus sancionou ao ressuscitá-lo, declarando-o inocente e justo e dando-lhe o triunfo e a vida eterna e gloriosa, entronizando a Sua humanidade do homem Jesus Ressuscitado à direita de Deus, como Filho glorioso e causa de salvação dos que n’Ele crêem e d’Ele dão desassombrado testemunho.
Foi a Ressurreição de Jesus imolado, que se fez ver aos discípulos, nas aparições após a Páscoa, e a vinda do Espírito, dom do Ressuscitado, que convenceram e moveram os corações dos discípulos a testemunhar, baptizar e fazer discípulos. Não há Igreja, nem missão, sem acompanhamento do Ressuscitado e sem o Espírito, motor, princípio de vida e alma da Igreja. A Igreja é obra das missões divinas do Filho e do Espírito.  

6.- A nova evangelização, pela transmissão eclesial da fé, exige o êxodo, a saída de nós e do lugar, onde estamos, para ir testemunhar, dar frutos e conquistar os corações a aderirem à Boa Nova da Vinda e Ressurreição do Filho de Deus. Este anúncio e êxodo para as periferias faz-se, de mãos dadas, como Povo de Deus, em união, com Jesus Cristo e uns com os outros, movidos pela força do Espírito Santo.
O Ano Pastoral centrou-nos no anúncio e procura de discípulos do Ressuscitado. O próximo Ano Pastoral será consagrado à Família natural e doméstica sem esquecer que a Igreja é a família alargada dos Filhos de Deus, chamada a viver a fé em Cristo morto e ressuscitado, no seio de pequenas comunidades de reflexão e de testemunho cristão, abertas e integradas na comunhão da igreja, no Povo de Deus, que crê, espera, ama e testemunha Aquele, que por nós deu a vida e venceu o pecado e a morte. A Ele seja dada glória e louvor perene. Aleluia! Aleluia!
Com afecto e votos de feliz e santa Páscoa, a todos saúda o bispo amigo, no Senhor.

+ Amândio José Tomás, bispo de Vila Real.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

DIA DA DIOCESE



Queridos diocesanos:

No dia 18 de Maio, celebra-se, em Vila Real, o Dia Diocesano, que é uma ocasião de celebrarmos e testemunharmos a nossa fé em Deus que se revelou em Jesus Cristo. Exorto a que todos se comprometam na celebração deste evento e não esqueçam o lema do ano pastoral: "lde e fazei Discípulos... " (Mt 28,19).

Sem coerência de vida, sem conversão do coração e sem testemunho de boas obras, a nossa fé é irrelevante e a sociedade não será diferente. 

É com o intuito de todos poderem testemunhar publicamente a fé vivida nas comunidades, que o Conselho de Pastoral Diocesano disponibiliza transporte e almoço para todas as pessoas que, desta paróquia, queiram participar nesta celebração. O preço do autocarro e almoço é de 9 euros, podendo os interessados fazer a sua inscrição na sacristia ou junto do pároco até ao dia 25 de Abril.


 D. Amândio José Tomás

Bispo de Vila Real