segunda-feira, 25 de março de 2013

MENSAGEM DE SANTA PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO

Meus caros Diocesanos, Padres, Diáconos, Religiosos e Leigos:
Votos de santa Páscoa, na alegria de Jesus Ressuscitado. Exultemos e alegremo-nos. A pedra rejeitada pelos construtores, se tornou pedra angular, obra de  Deus e prodígio. É o dia da vitória do Senhor, exultemos e alegremo-nos nele! (Sl.118,22-24). Demos glória a Deus e agradeçamos o Papa que Ele nos deu e a fé e a feliz esperança em Jesus Ressuscitado, alegria e razão de ser da nossa vida!
Aleluia! Aleluia!
1.- A Páscoa leva-nos para lá da Quaresma, mediante o memorial do mistério pascal da morte e ressurreição do Senhor, para a Páscoa eterna e gloriosa, com Cristo, em Deus. A comunhão do corpo e sangue do Senhor ajuda-nos a pré-saborear os bens celestes, caminhando firmes e inabaláveis na fé e na esperança em Jesus Ressuscitado, que venceu o pecado e a morte. A Eucaristia cria e anuncia a união com Cristo glorioso, é memorial da Sua morte, sinal sacramental de fé, amor e esperança nos bens e na vida eterna que desejamos e convite a crer no amor e alegria da Boa Nova, alicerçados em Cristo, até sermos um, com Ele, em Deus. Na Eucaristia colhemos a fé e a esperança na vida eterna, o amor perene dado até ao limite e alegria que não tem fim.
João Paulo II pediu para nos abrirmos a Cristo, Bento XVI a centrar tudo, em Cristo, que não rouba nada e nos dá tudo e o recém-eleito Papa Francisco, Bispo de Roma e Pastor Universal, para caminhar, edificar e confessar Jesus Cristo, não correndo em vão, nem edificando sobre a areia. Como os ramos sem a videira secam, sem Ele não há pode haver frutos. “Sem Mim não podeis dar fruto”(Jo 15,1-8). “Quem não opera comigo dispersa”. Quem não vive, nem edifica com Ele, nem O confessa como Filho de Deus, acaba por adorar amuletos, sucedâneos, falsos ídolos, cisternas rotas, imaginários moinhos de vento, castelos na areia, arruinando a própria vida. “Que importa ao homem ganhar o mundo inteiro se vem a perder-se a si mesmo?” (Mc 8,36).
A mensagem quaresmal de Bento XVI exorta a “conhecer o amor de Deus, por nele, crermos” (1 Jo 4,16) e a celebrá-lo, na verdade e coerência, segundo a promessa e a esperança a que somos chamados, testemunhando o amor e a glória do Ressuscitado, que, vencendo o pecado e a morte, nos dá a vida, a alegria e a felicidade imorredoiras.
2.- Paulo anuncia o evangelho que se manifesta em Cristo e é força de Deus para quem crê e a doutrina da Via, a que Paulo aderiu, sem se envergonhar. Cristo é Caminho, Verdade e Vida, que vem do Pai e a Ele nos leva. Cheio da esperança na Ressurreição, fala com ardor de Jesus, Caminho, Verdade e Vida que se sujeitou à morte para a vencer. Sem medo nem vergonha, fala, sofre e labuta, pelo Evangelho. Anuncia o Ressuscitado, fonte de vida, que é a Via (Act. 9, 2; 19, 9.23; 22, 4; 24,14.22). Para Paulo, tudo é perda e lixo, depois que conheceu Cristo. Acredita “na força da Sua ressurreição e na comunhão com os seus sofrimentos” e reconhece: “Conformo-me com Ele na morte, para ver se consigo a ressurreição dentre os mortos; não que já O tenha alcançado ou já seja perfeito, mas, eu corro para ver se O alcanço, já que fui alcançado por Cristo Jesus” (Fil.3, 8-12).
Como S. Paulo, o recém-eleito Papa Francisco exorta a caminhar, a não parar, a ir mais além, a olhar o futuro, com esperança, certos de que Jesus caminha connosco e não se deve deixar de andar e construir, com Ele, enxertados e alicerçados n’Ele, edificando e professando sempre o Seu nome, pois, é Ele o único que nos pode salvar.
3.- Exorto-vos a cultivar a fé, a esperança e amor a Cristo, despojados de vós mesmos, sustentados, pela oração assídua e fervorosa, certos de que a Igreja de que fazemos parte e na qual trabalhamos, não é nossa, mas é a vinha e obra de Deus. Somos pobres e humildes trabalhadores da vinha do Senhor, peregrinos, descartáveis, passageiros, servos e meros instrumentos, que, após ter cumprido a nossa obrigação, somos servos inúteis, que não fizeram mais que a sua obrigação, na docilidade e obediência a Deus.  
Bento XVI deu-nos o exemplo corajoso, responsável, inefável, que só se compreende à luz da fé em Cristo e na Igreja, que obra de Cristo e templo do Espírito. Não deixou de seguir, amar e crer em Cristo, mas de agir, como sucessor de Pedro. Papa e Bispos não sucedem a Cristo, o insubstituível, de ontem, de hoje, de sempre, única pedra angular. Cristo não tem sucessores. Tem discípulos, seguidores e testemunhas, que d’Ele tudo recebem. Bento XVI não deixou de anunciar, confessar e seguir Cristo, mas, coerente, humilde e responsável, cheio de fé em Cristo e na Igreja, abdicou noutro com mais forças e menos idade, para que ele emprestasse a visibilidade e energias a Cristo, para bem do Seu corpo que é a Igreja, vinha de Cristo e não pertença e obra nossa. Assim, o génio humilde do grande Papa Bento XVI, é um exemplo de humildade, despojamento e responsabilidade, ancorado na
fé e esperança, em Jesus Ressuscitado que vive na Igreja, a aguenta e defende, pedindo para crermos
e o acompanharmos, na oração, de joelhos ao pé da cruz de Cristo, que deu a sua vida por nós, e com a ressurreição nos assegurou a vitória sobre o pecado e a morte. A Ele seja dada honra, glória e louvor, pelos séculos dos séculos.
Amen!
Vila Real, Solenidade de S. José, 19 de Março de 2013
+ Amândio José Tomás, bispo de Vila Real

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