quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

MENSAGEM DE BOAS FESTAS DE NATAL À DIOCESE


Caros Diocesanos, que acreditais no Filho de Deus, desejo-vos Feliz Natal do Senhor e um Ano Novo cheio de bênçãos, peço que sejais fiéis a Cristo, eviteis o fermento pagão que troca a fé cristã por ídolos e bugigangas, caindo no hedonismo, na indiferença e no eclipse de Deus, como cidadãos dum mundo cruel, sem esperança e desorientado.

1.-No Ano da Fé exorto-vos a reconhecer as razões de crer na Encarnação, que revela o mistério de Deus Uno e Trino e “Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo e nasceu da Virgem Maria”. Um hino  conta assim o Natal de Jesus: “do seio da Virgem Maria nasceu a divina graça, o Verbo entrou e saiu, por ela, como o sol, pela vidraça”. Natal e Páscoa celebram o início e a novidade do Filho de Deus, feito homem, morto e ressuscitado, o qual, na Páscoa, pelo poder do Pai e do seu Espírito, glorificou a humanidade assumida, no seio virginal de Maria, pelo poder do Espírito Santo. Celebremos o mistério do Filho feito carne, sendo mais solidários, respeitadores e amigos dos outros e patrocinadores do bem comum.

2.- Há que fugir do Natal pagão, frustrante e sem coração, obra do eclipse de Deus, da indiferença, relativismo e secularismo que reduzem a fé à esfera privada, trocando-a pelo hedonismo, sem ascese, simplicidade, amor e solidariedade. Não reduzir o Natal a futilidades, dominados por intuitos de expulsar Deus do mundo e corroer a fé cristã na Encarnação do Filho de Deus. Há que dar ao Menino Deus o lugar que Lhe pertence, para Ele nos seduzir e guiar na prática das obras de misericórdia, na solidariedade e promoção do bem comum e no respeito das pessoas, por causa dais quais o Filho de Deus nasceu, se fez homem, passou pela terra fazendo o bem, morreu e ressuscitou.

Impregnados do espírito do mundo, da vil comercialização de sentimentos e atitudes e do paganismo desenfreado, os cristãos, inconscientes, vão a reboque e toque de caixa, como rebanho de encolhidos, indiferentes e complacentes, manobrados, pela opinião pública dominante, voltando as costas à verdade e grandeza do Evangelho, enterrando a luz de Cristo, envergonhando-se d’Ele, dando razão ao que já Freud dizia: “os cristãos são um rebanho de mal baptizados, que vivem e praticam um politeísmo bárbaro”.

3.- Na grave situação económica e na crise de valores transcendentes, há que apostar no conhecimento e trabalho em rede, cientes do que celebramos e da missão do Filho de Deus que encarnou, se fez um de nós, procurando dar razão da esperança que d’Ele provém e para Ele se dirige, neste mundo desumano, desorientado, triste e sem alma.

É tempo de apostar na moderação, escolha e sequela do essencial, na ajuda mútua e abertura ao próximo, na procura do bem comum, na apreciação dos valores perenes da verdade, justiça, liberdade, respeito mútuo e solidariedade humana. Há que abrir os olhos, ver o próximo, com coração, acabar com a injustiça e socorrer os necessitados.

4. – Natal e Páscoa são festas do Senhor e centros dos ciclos litúrgicos da Encarnação e Redenção. Ressurreição e Nascimento Virginal, pelo poder do Espírito Santo, são duas novidades inefáveis do Filho de Deus que, na Encarnação, no seio virginal de Maria, assume a nossa humanidade e na Ressurreição a glorifica e entroniza à direita do Pai. O Natal e a Páscoa devem converter-se em pulmões que nutrem a piedade, alimentam a  esperança e a caridade e são a razão de ser do nosso íntimo viver e crer em Cristo.

A Igreja celebra o Natal de Jesus, exorta à conversão e alegria de servir, dando a vida, como o Senhor da Vida e Filho de Deus o fez, ao nascer, morrer e ressuscitar, por nós. A mensagem de paz e alegria dos Anjos aos Pastores é Palavra à espera de ser ouvida, assimilada e vivida,  para produzir frutos de boas obras.

Com ardentes e fervorosos votos, na alegria de Deus Menino e da Virgem Imaculada que O deu à luz, Vos saúda e Vos deseja um Feliz Natal o Vosso amigo e irmão bispo.  

Vila Real, Festa da Imaculada Mãe do Filho de Deus, 8 de Dezembro de 2012
+ Amândio José Tomás, bispo de Vila Real.

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