quinta-feira, 10 de julho de 2014

Novo Mestrado em Património Cultural e Religioso

Novo Mestrado em Património Cultural e Religioso
Faculdade de Ciências Sociais | Católica Braga


Católica Braga aposta, no próximo ano letivo, na área do Património, desenvolvendo o mais recente curso de mestrado em Património Cultural e Religioso. Com coordenação da Professora Doutora Alexandra Esteves, este novo mestrado é lecionado na Faculdade de Ciências Sociais e terá início já no próximo ano letivo 2014/2015.

A formação em Património Cultural e Religioso faz sentido numa instituição de cariz católico, com uma forte tradição no domínio das ciências sociais e humanas e enraizada na região do norte de Portugal. Por outro lado, a preocupação consiste na preservação do património religioso, dada a sua importância histórica e económica do seu legado cultural e espiritual.

Os objetivos gerais deste curso passam por contribuir para a preservação, valorização e divulgação do património cultural e religioso local e regional, preparando profissionais altamente qualificados para o desempenho de tarefas de investigação, coordenação e gestão de projetos relacionados com a valorização turística do património cultural e religioso a nível local e regional.

No fundo, os alunos vão ter oportunidade de conhecer, conservar e divulgar o património cultural e religioso, adquirir métodos e técnicas para identificação, inventariação, divulgação e preservação do património material e imaterial e obter competências com vista à realização de projetos de investigação, divulgação e fruição do património cultural e religioso. Os profissionais que já operam na área, por sua vez, vão poder atualizar e melhorar as suas competências em setores como turismo, cultura e património.

As condições de acesso e ingresso são Licenciatura em História, Arqueologia, Antropologia, História da Arte, Geografia, Turismo ou Sociologia.

Para mais informações ou pré-inscrições contactar a Secretaria da Faculdade de Ciências Sociais através desecretaria.facis@braga.ucp.pt ou 253 206 106.

As novidades do curso podem ser seguidas através de www.facebook.com/patrimonio.ucp.


Com os melhores cumprimentos,

Catarina Carvalho
Gab. Relações Públicas e Comunicação

quarta-feira, 7 de maio de 2014

BARRIGAS DE ALUGUER


“BARRIGAS DE ALUGUER”

Foi noticiado que será em breve votada uma proposta de legalização da chamada “maternidade de substituição” (vulgarmente conhecida como “barriga de aluguer”). Pretende-se tornar lícita tal prática em situações de infertilidade patológica e com exclusão de propósitos lucrativos. E, como vai sendo habitual em situações semelhantes, apresentam-se exemplos concretos, suscetíveis de provocar natural empatia, de casais que assim veriam aberto o acesso à paternidade e maternidade. Mas importa considerar a questão em profundidade e com atenção a todas as suas implicações.
Uma discussão profunda da questão tem ocorrido, por exemplo, em França, onde uma importante corrente de pensamento, conotada com a esquerda, denuncia vigorosamente essa prática como expressão de um grave retrocesso social. É o que faz, o documento Mères Porteuses; Extension du Domaine de l´Aliénation elaborado no âmbito da fundação Terra Nova – La Fondation Progressiste. Nele se afirma que a maternidade de substituição representa «a mais recente e a mais chocante das extensões do domínio da alienação», ou seja, da coisificação e instrumentalização da pessoa, de que são principais vítimas as mulheres mais pobres.
Na mesma linha se pronuncia a filósofa Sylviane Agacisnky, esposa do antigo primeiro-ministro socialista Lionel Jospin, no livro Corps em miettes (Flamamrion, 2013).
Sylviane Agacisnky desmascara aquilo que considera alguns mitos. Um deles é o da pretensa finalidade terapêutica. É óbvio que não será desta forma que os casais inférteis passarão a ser férteis, sendo que a criança nunca terá a mesma ligação à mãe “intencional” ou “genética” que tem quando a gestação se dá de forma natural.
Outro mito é o da gratuidade. A experiência tem revelado a extrema dificuldade em impedir a comercialização encapotada por detrás da suposta não onerosidade dos contratos. A “compensação de despesas” acaba por ter efeitos idênticos aos do pagamento. Só situações de grande carência económica levam mulheres a sujeitar-se a tão traumatizante experiência (não é por acaso que a prática se vem difundindo na Índia) e essa sujeição não pode considerar-se expressão autêntica de liberdade.
Questões a ter em conta, para além do desejo dos requerentes, são o bem da criança e o bem da “mãe de substituição”.
O filho nunca deixa de sentir o abandono a que é sujeito. Cada vez se conhece melhor os intercâmbios entre a mãe gestante e o feto e a importância desse intercâmbio para o salutar desenvolvimento físico, psicológico e afectivo deste. A criança não poderá experimentar a segurança de reconhecer, depois do nascimento, o corpo onde habitou durante vários meses.
Em especial, devem ser considerados os graves danos para a mãe gestante, que não pode deixar de viver a gravidez como sua e de sofrer com o abandono do filho que lhe é imposto (a imposição de renúncia à mais espontânea e natural das obrigações: cuidar do filho que se gerou). O útero é inseparável do corpo e da pessoa, não é um alojamento temporário, ou um instrumento técnico. A gravidez não é uma actividade como qualquer outra; transforma a vida da mulher fisica, psicologica e moralmente; situa-se – salienta Sylviane Agacisnky – não no domínio do ter ou do fazer, mas no domínio do ser.
É por isto que esta filósofa fala a este respeito em “alienação biológica”. A mãe gestante «deve viver nove meses, vinte e quatro horas sobre vinte e quatro horas, abstraindo da sua própria existência corporal e moral. Deve transformar o seu corpo em instrumento biológico do desejo de outrem, em suma, ela deve viver ao serviço de outrem, privando a sua existência de qualquer significado para ela própria». «Uma mulher paga para estar grávida come, dorme e dá à luz ao serviço de outrem. Serve de instrumento de procriação como um forno serve para cozer o pão. (…) é a sua individualidade que ela aliena, ou seja, a sua vida íntima e pessoal, a qual devia ser insubstituível» Quando «o direito de cada um viver para si mesmo, segundo os seus próprios fins, está no coração da nossa concepção de liberdade e dignidade humana »
Em vários países, é reconhecido à mãe gestante o direito de se arrepender e ficar com a criança à sua guarda (o que não deixa de ser contraditório com a obrigação que assumiu perante os requerentes). Comenta a este respeito Sylviane Agacinsky: não significa isso o reconhecimento implícito de que se estão a «violentar sentimentos humanos profundos e legítimos» e a «ferir emoções humanas elementares»?
Em suma, conclui esta filósofa francesa (e seria bom que concluíssem também os nossos deputados): o mercado das “barrigas de aluguer” «é essencialmente cruel e nenhum enquadramento jurídico poderá torná-lo mais humano».  
  
                                                                           Pedro Vaz Patto


CEM DIAS PARA A EUROPA


Entrevista a Patrizia Mazzola e Letizia De Torre, a menos de 100 dias das próximas eleições europeias.

Paolo Balduzzi
Nos dias 24 e 25 de maio de 2014 vão realizar-se as votações para a renovação do Parlamento Europeu. Pedimos à Dra. Letizia De Torre e a Dra. Patricia Mazzola que nos explicassem o significado desta eleição. Letizia De Torre é presidente internacional do Movimento Político pela Unidade (MPPU); é professora e foi Deputada do Parlamento por dois mandatos. Patricia Mazzola é presidente da Comissão Internacional "Política e Administração Pública e Globalidade" do Movimento Humanidade Nova. Professora também, militante política ativa por muitos anos, especialmente na Sicília, sua região de origem.

Qual é a importância histórica das eleições europeias de 2014?

Mazzola: "Concentro-me em alguns pontos: nos últimos anos, a União Europeia tem se mostrado como uma presença capaz de liderar o debate público em relação às questões de interesse comum limitando, verdadeiramente, os assim chamados “poderes fortes” que em alguns casos fazem prevalecer os interesses de poucos em detrimento da coletividade. Temos que ter claro que sem uma ação em nível de Europa é impossível chegar a solução de problemas que hoje afetam os nossos países. No contexto da imigração, vamos pensar no que aconteceu em Lampedusa: sem um acordo como Europa nunca vamos entender como conjugar a acolhida com a legislação, a luta contra a pobreza com uma visão mundial dos problemas, que permita encontrar soluções eficazes e duradouras. Sabemos pouco do que acontece na Europa, até porque faltam os contatos diretos com os parlamentares europeus, a Europa ainda está longe de nós. Estas eleições são uma ocasião da Europa entrar na vida cotidiana das pessoas.”.

De Torre: “Eu gostaria de tocar em três pontos fundamentais: em primeiro lugar, existem problemas que precisam de uma solução “pelo menos” continental (dois exemplos: a questão do trabalho e da imigração). Em segundo lugar, devemos entender que as decisões tomadas em Bruxelas afetam muito mais as nossas vidas do que aquelas tomadas em Roma ou nos nossos municípios. Em terceiro lugar, a exigência, por parte dos cidadãos, de participação dos processos de decisão, como podemos ver nas manifestações das ruas, no mundo inteiro. As próximas eleições europeias são um momento privilegiado para fazer ouvir a nossa voz. Além do mais, esta será a primeira vez que o presidente da Comissão Europeia será escolhido pelo parlamento em Estrasburgo.
Em um momento de grande transformação, com a formação de novos equilíbrios, como nós podemos pensar em competir com o mundo, como podemos esperar de tutelar a paz, de influenciar nas escolhas financeiras e econômicas nos pequenos estados?
Em 2050, a Europa terá 7% dos 7 bilhões de habitantes: não podemos senão nos apresentarmos juntos, como um continente, com a riqueza da nossa história e cultura milenária, é claro, mas também com uma contribuição nova, inédita, que a Europa deve elaborar e oferecer ao mundo contemporâneo.”.

Porque é que hoje a Europa é fraca?

De Torre: “Porque parou no seu processo de integração. Os Estados nacionais deixaram de impulsionar o processo político da UE. Vão para Bruxelas para negociar mais recursos para questões internas, e, depois, atribuem à Europa o que não vai bem no próprio país. É uma atitude destrutiva que não faz jus à verdade. A União Europeia representa um crescimento em humanismo, em civilização e em oportunidades para todos, apesar das limitações que ela tem e que pode e deve ser encarada, abordada e resolvida. É necessário que cada cidadão europeu redescubra a força da Europa, a responsabilidade da Europa para com o mundo e o orgulho de fazer parte de um continente que, pela primeira vez na história do mundo, escolhe iniciar um percurso em direção a uma única entidade política. E isto livremente, em igualdade entre todos os povos e todas as minorias, com um propósito de paz e não de exploração, para reconstruir a fraternidade após duas guerras devastadoras. Unidade na multiplicidade das diversidades, entendidas como riqueza. Quem tem o direito de interromper este percurso?”.

Como é que o Movimento Político pela Unidade e o Movimento Humanidade Nova se inserem neste processo?

De Torre: “Nós todos da unidade, não podemos não acreditar na União Europeia, porque se “realmente” pensamos que a fraternidade universal é o destino da humanidade esta se realizará inclusive nas grandes agregações: no Mercosul, na União Africana, no Diálogo para a cooperação asiática, na União Europeia: são exemplos de organismos que surgiram por várias razões, incluindo a financeira e comercial, mas que ainda representam um forte impulso para a unidade. É um processo que vai para frente por si mesmo, como nos mostra a história, mas se neste caminho cada um de nós fizer a própria parte, ele será acelerado, com o benefício de todos.”.

Mazzola : “O slogan da Europa é a unidade na diversidade, unidade que deve conservar as diferenças nacionais. Nossa tarefa é essa: sensibilizar o eleitorado sobre a importância dessas passagens históricas, dando uma contribuição para ‘desatar’ os nós que impedem reconhecer a importância das diversidades, harmonizando-as em um processo de agregação, que precisa reiniciar. A União Europeia recebeu em 2012 o Prêmio Nobel da Paz e a Europa dobrou o prêmio para projetos que favorecem os países em desenvolvimento. São sinais importantes porque mostram que a Europa não é apenas burocracia, não é só mercado, não apenas interesses de grupos particulares, mas é sobretudo uma ‘chance’ para os europeus e para o mundo inteiro, mesmo se não temos o pleno conhecimento.
Eu falei recentemente com Peter Njume, deputado da República dos Camarões. Estas são as suas palavras: “Quando ouvimos falar da crise europeia, nos reunimos com a comunidade e cada um de nós escreveu uma oração e rezamos todos os dias pela Europa. Acreditamos na Europa, acreditamos neste processo de unificação.”.
Sendo que a UE permite estabelecer pontes, laços invisíveis mas fortes com o mundo, ofereceremos neste site, para quem estiver interessado, artigos, documentos, entrevistas, a fim de que cada cidadão possa formar-se um ideia da Europa que reflita uma realidade que pertence a todos nós e que vai além das eleições que acontecerão em menos de 100 dias.”.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

MENSAGEM DE PÁSCOA DO SENHOR BISPO DE VILA REAL


A Páscoa da ressurreição e da vida bem-aventurada, com Cristo, em Deus.

Caros Diocesanos, Irmão e Irmãs, em Cristo. Feliz Páscoa! Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem ressuscitou, venceu e salvou-nos do pecado e da morte. Ele é a fonte da vida eterna e bem-aventurada. “A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se pedra angular. Foi obra do Senhor, é um prodígio aos nossos olhos. Este é o dia da vitória que o Senhor fez, exultemos e alegremos nele! Aleluia! Aleluia! “ (Sl. 117 (118), 22-24).
A Páscoa celebra a nova criação humana, com Cristo, em Deus. Os Judeus evocam a  passagem de Jahvé, que salva os Israelitas, no Egipto. Os cristãos celebram o Mistério Pascal de Cristo, a nova vida dada aos que crêem na esperança e bem-aventurança de Deus, que ressuscitou e entronizou a humanidade de Jesus, no seio da Trindade e nos dá a alegria, a novidade de vida, a esperança e a síntese e fonte do mistério: a vida humana entronizada, em Deus, o homem iluminado e salvo, por Cristo, que morreu e ressuscitou por nós, e foi assumido, como Filho, na glória de Deus.

1.- Jesus, o Filho Unigénito, nascido do Pai, antes de todos os séculos, fez-se homem, desceu dos céus e veio do Pai, para, pelo mistério da Sua Páscoa, voltar ao Pai, donde viera, levando consigo a humanidade, que assumiu, no seio da Virgem Santíssima. O Quarto Evangelho fala muito da vinda e regresso do Filho ao Pai, sobretudo, na secção do discurso de despedida ou testamento espiritual (capítulos 13 a 17), que abre, com a acção simbólica do Lava-Pés, e, com solenidade inaudita, fala do regresso de Jesus ao Pai e do amor de Jesus aos seus, até ao extremo: “antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegava a hora de passar deste mundo ao Pai, depois de ter amado os seus que estavam no mundo amou-os até ao extremo” (Jo 13,1).

2. - A vida terrena de Jesus é vinda do Pai e regresso ao Pai. A vida de Jesus é Páscoa ou passagem, pelo mundo, vindo de Deus, para voltar a Deus, na Sua humanidade. A vinda da Encarnação Redentora culmina na entronização da humanidade assumida em Deus, no Tríduo Pascal, em que se celebra e realiza o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição gloriosa de Jesus, que após a Sua Encarnação e Morte entrou na glória de Deus Pai. A ressurreição de Cristo é a obra de Deus, por excelência, que ressuscita Jesus, o Filho, feito carne, elevado, na Sua humanidade, à glória e bem-aventurança de Deus. Pela ressurreição, Jesus triunfou da morte e dá-nos a vida eterna e gloriosa, com a promessa da nossa própria ressurreição, com Cristo, em Deus.

3.- A Páscoa Israelita era festa nómada, de família, muito antiga e vivida e celebrada, de noite, na lua cheia do equinóxio da primavera, no dia 14 do antigo mês de abib, ou das espigas, chamado nisan, após o exílio. Os pastores nómadas ofereciam a Deus um cordeiro ou cabrito, nascido nesse ano (Ex. 12,3-6). Era oferecido e comido à pressa, de passagem (Ex.12,8-12), sem lhe quebrar os ossos (Ex.12,46; Num. 9,12), utilizando o sangue do cordeiro para marcar as casas dos Israelitas, preservando-os do castigo infligido aos Egípcios. A origem da festa nómada e doméstica encontra eco no sacrifício que os Israelitas queriam oferecer a Deus, no deserto, pedindo ao Faraó para os deixar sair do Egipto (Ex. 3,18; 5, 1 ss). A Páscoa era festa nómada e pastoril da Primavera. Ela encontrou expressão histórica, concreta e visível, como experiência de libertação, no evento do Êxodo, na Páscoa de Israel, isto é, no Deus único, santo, vivo e omnipotente, que fez maravilhas, em prol do Povo. Entre as intervenções salvíficas de Deus, conta-se a décima praga da morte dos primogénitos (Ex 11,5; 12, 12.29s), evento a que se ligou a oferta dos primogénitos do rebanho e o resgate dos recém-nascidos.
A Páscoa, após a libertação do Egipto, é memorial do Êxodo, o evento central do Povo eleito e recorda Deus, que livrou Israel e o poupou dos males, vindos sobre os Egípcios. A festa da Páscoa, a peregrinação a Jerusalém e as celebrações do templo, em época tardia, suplantaram a festa doméstica, nómada e pastoril da primavera.

4. – O Povo sedentarizou-se. A festa dos Ázimos uniu-se à festa da Páscoa e à imolação do cordeiro (Ex 12,15-20). Jesus, o Cordeiro de Deus, que se ofereceu por nós, celebra a Páscoa, com os discípulos, e institui a Eucaristia, segundo os Sinópticos e Paulo. O Quarto Evangelho fala do Cordeiro Pascal, imolado, no Templo, na hora em que Cristo morreu, como vítima pascal e Cordeiro imolado (Jo.18,28; 19, 14.31.42), que tira os pecados do mundo, como o Baptista O indica a Israel (Jo.1, 29.36) e Paulo e a teologia cristã no-lo apresentam, como: “Cristo nossa Páscoa que foi imolado.
O Mistério Pascal revela-se, na morte e no encontro, com o Senhor glorioso, que vem para plasmar, fazer frutificar e alegrar os crentes, no Ressuscitado. A Páscoa de Jesus prepara a nossa Páscoa celeste, o encontro definitivo, com Deus e Jesus Ressuscitado. Ele é Cordeiro imolado e vitorioso que o Apocalipse mostra de pé trespassado. É Jesus ressuscitado, que, com os olhos da fé, vemos e, com a boca, cremos e confessamos, como Deus e Senhor, segundo S. João: “contemplarão e reconhecerão o trespassado”.

5. – A vida de Jesus e os eventos da paixão e morte, credenciados, por Deus, ao intervir e ressuscitar o Seu Filho, mudaram o mundo e a mente dos discípulos e prepararam as testemunhas oculares dos acontecimentos pascais, para a missão do anúncio da Boa Nova da salvação. Tudo assenta no mistério da Vinda do Filho de Deus, na Sua morte redentora, entregue, por amor, que Deus sancionou ao ressuscitá-lo, declarando-o inocente e justo e dando-lhe o triunfo e a vida eterna e gloriosa, entronizando a Sua humanidade do homem Jesus Ressuscitado à direita de Deus, como Filho glorioso e causa de salvação dos que n’Ele crêem e d’Ele dão desassombrado testemunho.
Foi a Ressurreição de Jesus imolado, que se fez ver aos discípulos, nas aparições após a Páscoa, e a vinda do Espírito, dom do Ressuscitado, que convenceram e moveram os corações dos discípulos a testemunhar, baptizar e fazer discípulos. Não há Igreja, nem missão, sem acompanhamento do Ressuscitado e sem o Espírito, motor, princípio de vida e alma da Igreja. A Igreja é obra das missões divinas do Filho e do Espírito.  

6.- A nova evangelização, pela transmissão eclesial da fé, exige o êxodo, a saída de nós e do lugar, onde estamos, para ir testemunhar, dar frutos e conquistar os corações a aderirem à Boa Nova da Vinda e Ressurreição do Filho de Deus. Este anúncio e êxodo para as periferias faz-se, de mãos dadas, como Povo de Deus, em união, com Jesus Cristo e uns com os outros, movidos pela força do Espírito Santo.
O Ano Pastoral centrou-nos no anúncio e procura de discípulos do Ressuscitado. O próximo Ano Pastoral será consagrado à Família natural e doméstica sem esquecer que a Igreja é a família alargada dos Filhos de Deus, chamada a viver a fé em Cristo morto e ressuscitado, no seio de pequenas comunidades de reflexão e de testemunho cristão, abertas e integradas na comunhão da igreja, no Povo de Deus, que crê, espera, ama e testemunha Aquele, que por nós deu a vida e venceu o pecado e a morte. A Ele seja dada glória e louvor perene. Aleluia! Aleluia!
Com afecto e votos de feliz e santa Páscoa, a todos saúda o bispo amigo, no Senhor.

+ Amândio José Tomás, bispo de Vila Real.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

DIA DA DIOCESE



Queridos diocesanos:

No dia 18 de Maio, celebra-se, em Vila Real, o Dia Diocesano, que é uma ocasião de celebrarmos e testemunharmos a nossa fé em Deus que se revelou em Jesus Cristo. Exorto a que todos se comprometam na celebração deste evento e não esqueçam o lema do ano pastoral: "lde e fazei Discípulos... " (Mt 28,19).

Sem coerência de vida, sem conversão do coração e sem testemunho de boas obras, a nossa fé é irrelevante e a sociedade não será diferente. 

É com o intuito de todos poderem testemunhar publicamente a fé vivida nas comunidades, que o Conselho de Pastoral Diocesano disponibiliza transporte e almoço para todas as pessoas que, desta paróquia, queiram participar nesta celebração. O preço do autocarro e almoço é de 9 euros, podendo os interessados fazer a sua inscrição na sacristia ou junto do pároco até ao dia 25 de Abril.


 D. Amândio José Tomás

Bispo de Vila Real

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

MENSAGEM DO SANTO PADRE PARA A QUARESMA DE 2014

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
 PARA A QUARESMA DE 2014
Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza(cf. 2 Cor 8, 9)

Queridos irmãos e irmãs!
Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos algumas reflexões com a esperança de que possam servir para o caminho pessoal e comunitário de conversão. Como motivo inspirador tomei a seguinte frase de São Paulo: «Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza» (2 Cor 8, 9). O Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto encorajando-os a serem generosos na ajuda aos fiéis de Jerusalém que passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas palavras de São Paulo? Que nos diz, hoje, a nós, o convite à pobreza, a uma vida pobre em sentido evangélico?
A graça de Cristo
Tais palavras dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo de Deus. Deus não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo, mas com os da fragilidade e da pobreza: «sendo rico, Se fez pobre por vós». Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se, «esvaziou-Se», para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fil 2, 7; Heb 4, 15). A encarnação de Deus é um grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o que Deus fez connosco. Na realidade, Jesus «trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, excepto no pecado» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. Gaudium et spes22).
A finalidade de Jesus Se fazer pobre não foi a pobreza em si mesma, mas – como diz São Paulo – «para vos enriquecer com a sua pobreza»Não se trata dum jogo de palavras, duma frase sensacional. Pelo contrário, é uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a lógica da Encarnação e da Cruz. Deus não fez cair do alto a salvação sobre nós, como a esmola de quem dá parte do próprio supérfluo com piedade filantrópica. Não é assim o amor de Cristo! Quando Jesus desce às águas do Jordão e pede a João Baptista para O baptizar, não o faz porque tem necessidade de penitência, de conversão; mas fá-lo para se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de nós pecadores, e carregar sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar da nossa miséria. Faz impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos libertados, não por meio da riqueza de Cristo, mas por meio da sua pobreza. E todavia São Paulo conhece bem a «insondável riqueza de Cristo» (Ef 3, 8), «herdeiro de todas as coisas» (Heb 1, 2).
Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo de nos amar, o seu aproximar-Se de nós como fez o Bom Samaritano com o homem abandonado meio morto na berma da estrada (cf. Lc 10, 25-37). Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando-nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-Se a Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente amada e ama os seus pais, não duvidando um momento sequer do seu amor e da sua ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser o Filho: a sua relação única com o Pai é a prerrogativa soberana deste Messias pobre. Quando Jesus nos convida a tomar sobre nós o seu «jugo suave» (cf. Mt 11, 30), convida-nos a enriquecer-nos com esta sua «rica pobreza» e «pobre riqueza», a partilhar com Ele o seu Espírito filial e fraterno, a tornar-nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogénito (cf.Rm 8, 29).
Foi dito que a única verdadeira tristeza é não ser santos (Léon Bloy); poder-se-ia dizer também que só há uma verdadeira miséria: é não viver como filhos de Deus e irmãos de Cristo.
O nosso testemunho
Poderíamos pensar que este «caminho» da pobreza fora o de Jesus, mas não o nosso: nós, que viemos depois d'Ele, podemos salvar o mundo com meios humanos adequados. Isto não é verdade. Em cada época e lugar, Deus continua a salvar os homens e o mundo por meio da pobreza de Cristo, que Se faz pobre nos Sacramentos, na Palavra e na sua Igreja, que é um povo de pobres. A riqueza de Deus não pode passar através da nossa riqueza, mas sempre e apenas através da nossa pobreza, pessoal e comunitária, animada pelo Espírito de Cristo.
À imitação do nosso Mestre, nós, cristãos, somos chamados a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar concretamente para as aliviar. A miséria não coincide com a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança. Podemos distinguir três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual. A miséria material é a que habitualmente designamos por pobreza e atinge todos aqueles que vivem numa condição indigna da pessoa humana: privados dos direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade como o alimento, a água, as condições higiénicas, o trabalho, a possibilidade de progresso e de crescimento cultural. Perante esta miséria, a Igreja oferece o seu serviço, a sua diakonia, para ir ao encontro das necessidades e curar estas chagas que deturpam o rosto da humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo; amando e ajudando os pobres, amamos e servimos Cristo. O nosso compromisso orienta-se também para fazer com que cessem no mundo as violações da dignidade humana, as discriminações e os abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria. Quando o poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se antepor à exigência duma distribuição equitativa das riquezas. Portanto, é necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha.
Não menos preocupante é a miséria moral, que consiste em tornar-se escravo do vício e do pecado. Quantas famílias vivem na angústia, porque algum dos seus membros – frequentemente jovem – se deixou subjugar pelo álcool, pela droga, pelo jogo, pela pornografia! Quantas pessoas perderam o sentido da vida; sem perspectivas de futuro, perderam a esperança! E quantas pessoas se vêem constrangidas a tal miséria por condições sociais injustas, por falta de trabalho que as priva da dignidade de poderem trazer o pão para casa, por falta de igualdade nos direitos à educação e à saúde. Nestes casos, a miséria moral pode-se justamente chamar um suicídio incipiente. Esta forma de miséria, que é causa também de ruína económica, anda sempre associada com a miséria espiritual, que nos atinge quando nos afastamos de Deus e recusamos o seu amor. Se julgamos não ter necessidade de Deus, que em Cristo nos dá a mão, porque nos consideramos auto-suficientes, vamos a caminho da falência. O único que verdadeiramente salva e liberta é Deus.
O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e a vida eterna. O Senhor convida-nos a sermos jubilosos anunciadores desta mensagem de misericórdia e esperança. É bom experimentar a alegria de difundir esta boa nova, partilhar o tesouro que nos foi confiado para consolar os corações dilacerados e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na escuridão. Trata-se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos pecadores como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio de amor. Unidos a Ele, podemos corajosamente abrir novas vias de evangelização e promoção humana.
Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo de Quaresma encontrar a Igreja inteira pronta e solícita para testemunhar, a quantos vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica, que se resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo toda a pessoa. E poderemos fazê-lo na medida em que estivermos configurados com Cristo, que Se fez pobre e nos enriqueceu com a sua pobreza. A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói.
Pedimos a graça do Espírito Santo que nos permita ser «tidos por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no entanto, tudo possuindo» (2 Cor 6, 10). Que Ele sustente estes nossos propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia. Com estes votos, asseguro a minha oração para que cada crente e cada comunidade eclesial percorra frutuosamente o itinerário quaresmal, e peço-vos que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!
Vaticano, 26 de Dezembro de 2013
Festa de Santo Estêvão, diácono e protomártir

FRANCISCO

MENSAGEM DO SR. BISPO DE VILA REAL PARA A QUARESMA DE 2014

Quaresma e Páscoa, conversão e ajuda aos pobres

Caros Diocesanos, boa Páscoa e Quaresma de oração, renúncia e partilha!

A Páscoa é passagem, mudança de vida do Ressuscitado, que se fez homem para nos salvar. É o mistério da morte e ressurreição ou retorno do Filho ao Pai, donde veio, para nos dar a vida de Deus. Evitai o mal, fazei o bem, para serdes felizes, pois “a glória de Deus é o homem vivo e o desejo do homem é ver a Deus”, diz S. Ireneu. O Ressuscitado venceu o pecado e a morte para nos dar a eterna alegria da vida divina, gloriosa e autêntica.

1.- O amor a Deus e ao próximo faz feliz quem vive e aposta, no dom da solidariedade, na empatia com outro, no bem comum, compaixão e perdão. O Papa Francisco fala da ‘globalização da indiferença’ e do assobiar para canto. O remédio contra o mal e apatia é fazer bem, retirar de nós o ódio, o desinteresse e a escravização do próximo. O culto das criaturas torna-nos escravos do efémero e descartável, leva ao desespero, tristeza, cegueira, auto-endeusamento e auto-suficiência e mergulha-nos na ilusão do ‘eclipse de Deus’, vegetando impenitentes, sem arrependimento e dor de coração.
  
2.- A Quaresma prepara a Páscoa da Ressurreição, a nova criação e a vida gloriosa, com a ascese, a conversão e a passagem obrigatória pela morte e dom de si, imitando Jesus que veio, para dar a vida por nós, renunciando ao poder e à glória. A Quaresma deve levar-nos à imitação de Cristo, à renúncia, ao êxodo, à partilha e ao amor fraterno.

Deus encarnou, fez-se um de nós, para termos “os mesmos sentimentos que existiam em Cristo Jesus” (Fil.2,5), imitando-o, dando a vida, saindo de nós, indo ao encontro e ajudando, pois “há mais alegria em dar que em receber”(Act.20,35). Há que anunciar Cristo, com coragem, alegria e convicção, sem medo, nem vergonha, e amar os pobres, com fraterna solicitude, pois Deus quer ser encontrado e servido neles.

A renúncia é a penitência que nos impomos e a ressurreição esperada é precedida da paixão e morte de Jesus, que viveu a condição humana, morreu uma só vez, para, na carne assumida, viver, para sempre, com o Pai, na unidade do Espírito Santo. A dádiva do despojamento e sacrifício prepara a alegria duradoura de amar e ser amados, por Aquele que amou primeiro e nos surpreendeu, com a dádiva da vida, assumida no seio de Maria Santíssima, e que Ele, voluntariamente, ofereceu por nós no altar da cruz.  

3.- A vida moderna é de progresso técnico e de benefícios e malefícios dos meios de comunicação, rápidos e maravilhosos. O que sucede, aqui e agora, é, imediatamente, conhecido, em todo o mundo. A informação torna o mundo diversificado e plural, uma aldeia global, bombardeada por várias propostas e modos de viver e ver o mundo, que não ajudam, automaticamente, a gente a criar entendimento, amizade e reconciliação. As pessoas vivem fechadas, no egoísmo e narcisismo, vítimas do progresso. Volta-se o feitiço contra o feiticeiro. Cresce a apatia, a indiferença e insensibilidade. Não se olha o bem comum. Não há solidariedade. A informação faz a aldeia global, mas não ajuda a amizade, a empatia e o encontro humano. Bento XVI observou, que as técnicas de comunicação nos fazem vizinhos, mas não obrigatoriamente irmãos uns dos outros.

4. O cristão ama, partilha e dá, com solicitude, para mitigar a dor e miséria dos outros. Os Peditórios Paroquiais, para os fins indicados, pela Igreja, e o Contributo Penitencial Quaresmal ou Bula da Cruzada, sob tutela do Bispo, fazem-se para ajudar necessidades elencadas e específicas. Mas, para lá dessas dádivas, cada fiel pode e deve praticar a Renúncia Voluntária, que a si mesmo se impõe, privando-se do que entende. A recolha diocesana da Renúncia Voluntária, dita Quaresmal, feita ao longo do ano, é canalizada, pelo bispo diocesano, para fim apropriado, segundo ditame da sua solicitude pastoral.

A Renúncia destina-se aos necessitados, socorridos pela privação voluntária de muitos. Na diocese de Vila Real, no ano passado, a Renúncia reverteu, para o Fundo Social Diocesano, ao qual, em especial, a Caritas Diocesana está associada.

A Renúncia Voluntária deste ano reverte para as Conferências de S. Vicente de Paulo, como gesto de apreço, no Jubileu do Bem-Aventurado Frederico Ozanam, nascido a 23 de Abril de 1813. As conferências testemunham o amor de Deus, em Cristo, que quer ser servido nos pobres. O Bem-Aventurado Ozanam, na senda de S. Vicente de Paulo, deixou-nos um instrumento, que devemos vitalizar e expandir na Diocese, pois a fé sem obras é morta. A fé exige as obras de caridade e estas são a manifestação da fé viva, coerente e consequente, pois “pregar e não praticar é parecer-se com o sino que toca para a missa e nunca lá aparece”, como diz S. Francisco de Sales.

Há que recrutar e formar gente nova, que testemunhe a fé e a caridade, com a prática das Obras de Misericórdia, a ajuda, o conforto e serviço aos indigentes e abandonados. Unido a todos, na fé e na oração a Deus, Vos saúda o Vosso bispo, que pede a Deus Misericordioso que Vos abençoe e recompense pelo bem feito aos pobres.

Vila Real, 2 de Fevereiro de 2014

+ Amândio José Tomás